O Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, esteve ontem, quarta-feira (12/11), no estande da Be8, para a assinatura do contrato com o Badesul para o financiamento da fábrica de hidrogênio, um projeto pioneiro da empresa selecionado na Chamada Pública N° 01/2025 do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva de Hidrogênio Verde no Rio Grande do Sul (H2V-RS).
Na mesma oportunidade, a empresa recebeu a Licença Prévia de Instalação para Alteração (LPIA n° 00531/2025) da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A formalização do contrato dá a largada para o início do projeto, que tem previsão para início de operação em 2027.
Eduardo Leite destacou a capacidade da Be8, liderada por seu presidente Erasmo Carlos Battistella, de inovação e empreendedorismo. “Nosso papel no governo é criar as condições para que essa transformação se dê mais rapidamente. O Rio Grande do Sul já é destaque em produção de energias limpas e devemos incentivar essas iniciativas ousadas para permitir ao estado a produzir e competir”, completou Leite.
“Este projeto reflete a nossa estratégia de ampliar a oferta de soluções para a transição energética e descarbonização. Também poderemos entender os desafios e oportunidades na prática e, com isso, dar base econômica para o uso em larga escala do hidrogênio”, disse Battistella. “O nosso projeto representa um passo fundamental para tornar o hidrogênio verde uma realidade no transporte pesado”, completou Battistella.
O investimento total é de R$ 38,7 milhões, com apoio do governo estadual e contrapartida da Be8. O projeto, que será implantado em Passo Fundo (RS), na mesma área em que avança a nova fábrica de etanol da empresa, prevê a produção de hidrogênio verde e a construção do primeiro posto de abastecimento do país voltado ao transporte de cargas, utilizando tecnologia de ponta e energia renovável.
O programa do Estado visa desenvolver a cadeia produtiva, promovendo produção, transmissão, armazenagem e uso do H2V, com foco na transição energética para uma economia de baixo carbono e alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas). A iniciativa busca diversificar a matriz energética estadual com fontes renováveis, estimular a inovação tecnológica, atrair investimentos e gerar emprego e renda.
Nova cadeia logística de hidrogênio
“A avaliação prática deste projeto é fundamental para abrir caminho para uma nova cadeia logística de hidrogênio verde no Brasil, conectando inovação, sustentabilidade e competitividade real para o transporte pesado”, disse Camilo Adas, diretor de Transição Energética e Relações Institucionais da Be8.
A operação será monitorada por uma equipe multidisciplinar, em parceria com fabricantes, universidades e especialistas em hidrogênio, garantindo rigor técnico e segurança em todas as etapas. “O hidrogênio será produzido por meio de eletrólise realizada com água e energia elétrica, uma tecnologia mais madura para a produção de hidrogênio verde”, explicou Adas.
O objetivo é testar, em ambiente real, o desempenho, os custos e a viabilidade do hidrogênio verde como alternativa ao diesel, tradicionalmente utilizado no setor de transporte de cargas. Além de contribuir para a redução das emissões de CO₂ – com potencial de evitar quase 400 toneladas de poluentes por ano –, o projeto busca validar um modelo de negócio inovador, capaz de tornar o hidrogênio competitivo frente aos combustíveis fósseis. Os dados coletados servirão de base para o desenvolvimento de uma futura rede de postos de abastecimento de hidrogênio verde, com potencial de replicação em todo o estado e no país.
Participaram ainda do evento Marjorie Kauffmann, Secretária de Meio Ambiente e Infraestrutura, Renato Chagas, Presidente da Fepam, e Robson Diego Ferreira, Diretor do Badesul.