Greve nacional petroleira tem forte adesão no primeiro dia e paralisa unidades estratégicas do Sistema Petrobrás

A greve nacional dos trabalhadores do Sistema Petrobrás, iniciada à zero hora desta segunda-feira (15), teve forte adesão em todas as regiões do país, atingindo seis refinarias, unidades de gás, plataformas, campos terrestres, terminais e subsidiárias, com paralisações totais ou cortes de rendição de turno – quando a equipe que deveria entrar para dar continuidade à operação não se apresenta, em adesão à greve. Sem a troca regular de turnos, a unidade fica parcialmente paralisada ou opera em contingência, o que impacta diretamente a produção e a rotina operacional.

No primeiro dia do movimento, houve adesão em refinarias nos estados de Minas Gerais (Regap), Rio de Janeiro (Reduc), São Paulo (Replan, Recap e Revap) e Paraná (Repar), todas sem rendição de turno. Também registraram paralisação a UTGCAB, em Macaé, e a Estação de Compressão da TBG em Paulínia, que permanece totalmente parada.

A greve alcança ainda 14 plataformas da Bacia de Campos, com desembarques já registrados nas unidades PGP-1, PNA-2 , P-09, P-19 , P-25 , P-35, P-38 , P-40, P-43 , P-48, P-51, P-54, P-56 e P-62, além dos campos de produção terrestre da Bahia, unidades da Transpetro, da TBG, da PBio e do Terminal Aquaviário de Coari (AM), com 100% de adesão dos trabalhadores da operação. No Rio Grande do Norte, a sede administrativa da Petrobrás em Natal teve 90% de adesão. Ao todo são 6 refinarias, 16 plataformas – 14 no Norte Fluminense e 2 no ES -, campos de produção terrestre da Bahia, da UTGCAB, da Transpetro, da TBG e da Pbio.

O movimento envolve trabalhadores do regime de turno e administrativo, incluindo petroleiros em confinamento offshore. No Espírito Santo, 100% dos médicos e dentistas que atendem as bases da categoria aderiram à greve.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) denuncia ainda atos de repressão e truculência na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), onde dirigentes sindicais foram presos de forma arbitrária durante o exercício do direito constitucional de greve, sendo liberados após horas de detenção.

A greve conta com apoio público de todas as centrais sindicais brasileiras, que criticam a proposta da Petrobrás para o Acordo Coletivo de Trabalho, considerada insuficiente diante dos lucros e dividendos da empresa, e cobram aumento real e preservação de direitos.
Ato na Reduc

Nesta terça-feira (16), os petroleiros realizam um ato unificado em frente à Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em repúdio à repressão, em defesa do direito de greve e pelo atendimento imediato das reivindicações da categoria.

“A paralisação segue por tempo indeterminado, até que a gestão da Petrobrás apresente uma proposta que contemple os eixos centrais da pauta dos trabalhadores: o fim definitivo dos planos de equacionamento do déficit da Petros , a reconquista de direitos históricos retirados da categoria em governos anteriores e uma Petrobrás comprometida com a soberania nacional e com seus trabalhadores”, destaca o coordenador-.geral da FUP, Deyvid Bacelar.

“A greve dos petroleiros é uma resposta legítima à postura da Petrobrás, que não apresentou avanços concretos nas negociações. Já no primeiro dia, a mobilização demonstra a força e a unidade da categoria em todo o país, com trabalhadores organizados nas bases e cumprindo os procedimentos legais, para defender direitos, condições dignas de trabalho, segurança operacional e o papel estratégico da Petrobrás para o desenvolvimento nacional.”, acrescentou Sérgio Borges, coordenador-geral do Sindipetro-Norte Fluminense e da FUP.

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