Divulgado na sexta-feira (05/12), o Boletim Ineep nº 31 traz em seu editorial uma análise do Plano de Negócios 2026-2030 da Petrobras. O texto pontua que, diante do cenário geopolítico de incertezas, a estatal deverá navegar na conjuntura de curto prazo, tendendo a ajustar seus movimentos de acordo com as condições de mercado no próximo biênio.
Os números apresentados pela Petrobras na última quinta-feira (27/11) respaldam esta análise: dos US$ 109 bilhões previstos como investimentos para o período, apenas US$ 81 bilhões, ou 74,0%, estão na “carteira de implantação base”, ou seja, com maior comprometimento de realização.
Assim, houve uma leve queda de 1,8% no Capex total, na comparação com os US$ 111 bilhões do Plano de Negócios 2025-2029. No entanto, a queda é mais significativa: de 17,3% na comparação dos US$ 81 bilhões de investimentos firmes do plano atual aos US$ 98 bilhões do anterior. Afinal, dos US$ 109 bilhões totais, US$ 28 bilhões são classificados como investimentos a serem confirmados.
O portfólio passou a ser dividido em três categorias: (i) “carteira em implantação base”, que abrange investimentos firmes em projetos aprovados por suas instâncias de governança, mesmo que ainda não sancionados; (ii) “carteira em implantação alvo”, aqueles projetos cuja confirmação está condicionada à análise trimestral de sua “financiabilidade”[1]; e (iii) “carteira em avaliação”, instrumento já presente no plano de negócios anterior, e que não garante a efetivação dos projetos.
O Ineep destacou também a o fato de que diante das pressões globais pela redução dos combustíveis fósseis, a Petrobras reafirmou seu foco em óleo e gás para repor reservas e monetizar o petróleo nacional, enquanto amplia a oferta de produtos de baixo carbono até 2030. Para o longo prazo, a companhia declara a ambição de neutralidade de emissões até 2050 e pretende liderar uma “transição energética justa”.
Crédito Imagem: Andre Motta de Souza – Ag Petrobras
