“Tentam encontrar culpa no ICL sempre que uma bandeira aparece em alguma investigação. É normal”, diz Emerson Kapaz, CEO da entidade
A prisão do empresário Jailson Couto Ribeiro, durante a Operação Primus, ocorrida na última quinta-feira (16), revelou que alguns postos bandeirados estão sendo utilizados por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo a Polícia Civil, o empresário faz parte de um esquema criminoso que opera com adulteração e comercialização irregular de combustíveis. Além disso, os postos seriam utilizados para ocultação patrimonial e lavagem de dinheiro, com conexões diretas com o PCC, considerada a maior facção criminosa do país.
A operação, que visa desarticular organizações criminosas com atuação no setor de combustíveis, mobilizou mais de 170 policiais e bloqueou R$ 6,5 bilhões em bens, lançando luz sobre a presença de grandes players do segmento em esquemas ilícitos de combustíveis.
A ligação de postos com bandeiras tradicionais, chama atenção do mercado uma vez que a Shell, bandeira ostentada pela rede, é associada do Instituto Combustível Legal (ICL), que realiza um longo trabalho de combate às fraudes. Emerson Kapaz, presidente do ICL, se pronunciou sobre o caso em entrevista exclusiva ao Portal Petrus, e afirmou que “atualmente, com tantas investigações em andamento, as empresas tentam culpar o ICL quando alguma bandeira aparece em uma ou outra investigação”.
O executivo diz ser normal que apareçam nomes de bandeiras em investigações, já que os contratos das empresas nem sempre dispõem da informação sobre como o dono de um posto está usando determinada marca.
“Nossa missão enquanto entidade é cassar licenças desses postos que praticam ilegalidade e impedir que continuem funcionando. No entanto, o desafio é que estamos falando de 43 mil postos, então é basicamente impossível observar todos ao mesmo tempo”, enfatiza.
Kapaz destacou ainda que a Raízen, principal operadora da Shell no Brasil anunciou que vai cassar a licença dos postos que apareceram em investigação.
O problema da bomba branca, que permite que postos sérios recebam combustível adulterado, também foi abordado pelo presidente do ICL, que disse também estar lutando contra isso.
Confira a entrevista de Emerson Kapaz abaixo.