COP30: Motores de alta tecnologia e que reduzem até 80% de CO2 no setor marítimo chegam à Amazônia para exposição

A capital paraense recebeu ontem, 13, os motores híbridos (dual fuel) de alta tecnologia do barco JAQ H1, o primeiro barco para pesquisas e educação brasileiro com todas as suas operações internas movidas a hidrogênio e que está em exposição na Estação das Docas, durante a COP30. Para a navegação, a próxima fase do projeto JAQ HIDROGÊNIO será equipar o barco de 36 metros de comprimento com motores da alemã MAN, que chegam a reduzir 80% de CO2. Os motores ficarão, além do barco, em exposição no Espaço JAQ na Estação das Docas, no período da conferência.

Dual Fuel H₂ (Hidrogênio) é um V12 de alta velocidade e utiliza o hidrogênio como principal fonte de energia, mantendo a confiabilidade de um motor diesel tradicional, e garante que a potência e a segurança sejam mantidas.

A MAN Engines é pioneira ao adaptar seu motor diesel de série D2862 V12 para a combinação Hidrogênio e diesel. Nesse sentido é reconhecido como o primeiro motor Dual Fuel (Hidrogênio/Diesel) de alta velocidade do mundo a entrar em operação seriada.

A equipe do projeto JAQ HIDROGÊNIO explica que ao contrário dos sistemas de célula de combustível pura, esta solução da MAN oferece a flexibilidade de mudar instantaneamente para o modo 100% diesel caso o fornecimento de hidrogênio acabe, eliminando qualquer risco de interrupção da operação.

O JAQ H1 representa a fase inicial de um projeto ambicioso, idealizado pelo Grupo Náutica e que conta com a parceria de grandes players como o Itaipu Parquetec, a GWM, a Artefacto e a MAN.

Na fase atual, o barco JAQ H1 opera com hidrogênio verde (H2V) para alimentar a “hotelaria”, ou seja, todos os equipamentos internos como ar-condicionado, luzes e eletrodomésticos, garantindo emissão zero nas operações estacionárias.

A grande notícia da chegada dos motores é que eles vão possibilitar a fase 2 do projeto. Esta fase, prevista para operar em janeiro de 2026, terá a propulsão de motores híbridos de alta eficiência e o barco vai percorrer todos os portos das capitais brasileiras envolvendo comunidade, estudantes e pesquisadores. A expectativa é que essa combinação de combustível tradicional e hidrogênio reduza as emissões em até 80% durante a navegação.

O objetivo final (Fase 3) é o desenvolvimento do JAQ H2, uma embarcação maior, de 50 metros de comprimento, capaz de produzir seu próprio hidrogênio a bordo, a partir da dessalinização e eletrólise da água do mar, tornando-se autônoma e 100% livre de emissões.

Amazônia no Centro da Inovação Global

A escolha de Belém e da COP 30 para o lançamento global do JAQ H1 não é por acaso. O projeto, idealizado por Ernani Paciornik, presidente do Grupo Náutica e parceiros, posiciona o Brasil no centro das soluções de energia limpa para transporte fluvial e marítimo, um setor importante para a economia do país.

Com a tecnologia de hidrogênio, conforme Ernani Paciornik, o país busca estabelecer um corredor de navegação sustentável, demonstrando que a transição energética é viável e urgente. A expectativa é que o barco inspire discussões sobre investimentos e o desenvolvimento de uma cadeia de valor completa para o Hidrogênio Verde no Brasil, que tem um potencial imenso devido à sua matriz energética limpa.

 

Crédito Imagem: Geovani Pantoja

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