O Instituto Internacional Arayara reconhece o valor simbólico da realização da COP30 na Amazônia e os compromissos mencionados pelo presidente Lula em seu discurso, entre eles a defesa do multilateralismo, da justiça climática e da necessidade de superar a dependência global dos combustíveis fósseis. No entanto, é inevitável apontar a contradição entre essa mensagem e a continuidade da política brasileira de expansão petrolífera.
Mesmo diante da urgência climática, o país segue financiando e ampliando a exploração de petróleo e gás por meio da Oferta Permanente, que, entre 2019 e 2026, somará 2.194 blocos ofertados. A rodada prevista para junho de 2026, com 451 novos blocos, reforça que o Brasil ainda aposta na abertura de novas fronteiras fósseis, sendo muitas delas em áreas sensíveis, próximas à Amazônia, a territórios indígenas e a regiões marinhas relevantes, sem apresentar um plano de mitigação de emissões.
Essa estratégia contraria as recomendações científicas e compromete a coerência dos compromissos anunciados na COP30.
O Instituto Internacional ARAYARA defende que o país só poderá liderar de forma legítima a transição energética global quando alinhar discurso e prática, suspendendo a política de oferta permanente e reduzindo sua dependência da exploração de petróleo.
A COP30 exige medidas concretas, e não apenas declarações de intenção, para garantir que o futuro climático do Brasil e do planeta não seja decidido pela expansão de combustíveis fósseis.