Greve dos petroleiros atinge 100% de adesão nas plataformas da Bacia de Campos e mobiliza ato no RJ

A greve dos petroleiros alcançou 100% de adesão nas plataformas da Bacia de Campos, no Norte Fluminense, consolidando um dos mais fortes movimentos de paralisação da categoria nos últimos anos. Todas as unidades marítimas da região estão paralisadas, demonstrando a unidade, a organização e a disposição de luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Petrobrás.

Na manhã de ontem (17), a mobilização ganhou visibilidade com um ato realizado a partir das 6h em frente ao Portão de Cabiúnas, em Macaé (RJ), reunindo petroleiros do Norte Fluminense em protesto contra a falta de avanços nas negociações com a gestão da Petrobrás. O Terminal de Cabiúnas (Tecab), crucial para o petróleo e gás no Brasil, funciona como um grande centro de processamento e escoamento, recebendo gás e petróleo da Bacia de Campos e do pré-sal, transformando em produtos como GLP, GN e LGN, e enviando para refinarias e o mercado nacional. Vital para a infraestrutura energética brasileira, funciona como um HUB para o processamento e escoamento do gás do pré-sal.

A paralisação atinge integralmente as plataformas PGP-1, PRA-1, PNA-1, PNA-2, P-09, P-18, P-19, P-20, P-25, P-26, P-31, P-33, P-35, P-37, P-38, P-40, P-43, P-47, P-48, P-51, P-52, P-53, P-54, P-55, P-56 e P-62, confirmando a adesão total na principal bacia produtora de petróleo e gás do país.

No Complexo Boaventura (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ), a mobilização também teve grande impacto. Filas quilométricas de ônibus marcaram o desembarque dos trabalhadores, que permaneceram concentrados por várias horas, provocando significativa descontinuidade na rendição. Entre os trabalhadores próprios, a adesão foi massiva no turno e expressiva no administrativo.

A mobilização dos petroleiros está estruturada em três eixos centrais. Para o coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) e diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Sérgio Borges, a greve expressa uma pauta que vai além das reivindicações corporativas. “Temos uma pauta com três eixos centrais. Um deles é a questão da Petros, do equacionamento da Petros, que são descontos provocados pelos PEDs no nosso fundo de pensão, impactando principalmente nossos aposentados aposentados e pensionistas e gerando um prejuízo para essas pessoas que dedicaram a vida de trabalho à Petrobrás. O segundo é a distribuição da riqueza da Petrobrás através de Acordo Coletivo de Trabalho digno sem austeridade e com plano de cargos justos e isonômicos entre todas as empresas do sistema Petrobras”. Borges acrescenta o terceiro eixo: “É a pauta pelo Brasil, que é a defesa de uma Petrobrás forte estatal Indutora do desenvolvimento nacional e a serviço do povo brasileiro, gerando emprego e renda, investindo na indústria naval, reabrindo as fábricas de fertilizantes. ampliando seu parque de refino, investindo em tecnologia nacional e protagonizando o investimento na transição energética justa para todos”.

O Sindipetro-NF avalia que a adesão integral nas plataformas da Bacia de Campos envia um recado claro à gestão da Petrobrás: sem respeito à negociação coletiva e sem avanços concretos nas reivindicações, a greve seguirá por tempo indeterminado. A diretoria da empresa, segundo a categoria, segue adotando medidas unilaterais, desrespeitando o processo de negociação coletiva e se recusando a apresentar uma proposta que contemple os pontos centrais da pauta aprovada em assembleias.

A Bacia de Campos, operada pela Petrobrás, é uma das principais regiões produtoras de petróleo e gás do Brasil, pioneira na exploração em águas profundas por meio de FPSOs e estratégica para a produção nacional, abrigando campos gigantes como Marlin e Roncador, fundamentais para a soberania energética do país.

Maior sindicato da categoria no país, filiado à FUP, o Sindipetro-NF representa mais de 9.500 trabalhadores, defendendo os interesses de petroleiros e petroleiras que atuam nas atividades-fim de perfuração, exploração e processamento de óleo e gás.

 

Crédito Imagem: Sindipetro-NF

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